segunda-feira, 20 de julho de 2020

H2O, yes please!


Rodeados de água... é como nos sentimos... Água sob todas as formas, feitios e gostos: líquida, gasosa e sólida, quente, morna e fria; parada, em movimento e encarnada no próprio conceito... Água como temática, como decoração, como inspiração, como pretexto e motivo de bem receber. Esta é a forma que me apraz recordar a minha estadia no H2O em Unhais da Serra, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.

h2o spa

Para usufruir agora, ou guardar para fazer mais tarde, aconselho vivamente o H2O Unhais da Serra. Como descrever melhor? Factualmente falando, é uma estrutura enorme que se impõe numa pequena aldeia perdida. Visão imponente, em tons de terra para se enquadrar com o contexto. Á volta é possível dar umas caminhadas, pois é só natureza em bruto. A aldeia, apesar de contar com dois ou três restaurantes, é muito pequena e singela. Já o Hotel... é Grande. A receção é grande, de pé alto enorme e amplas salas. A zona de lazer (bar principal) é grande, a sala de refeições, é igualmente grande e com vista corrida para o exterior (muito charmoso à noite).

Apetrecha-se, ainda, de uma sala para lazer infantil, muito importante para a maioria das pessoas, com consolas, mesa de ping

-pong, diversos jogos manuais, televisão infantil projetada e “hora do cinema”, entre outras atividades. Mas grande mesmo, é a zona de Spa.
Para mim, que adoro piscinas, banhos turnos e companhias torna-se empolgante até de pensar. A piscina principal tem um tamanho considerável de parte coberta, e outra parte que serpenteia pelo exterior, regressando. Mesmo no dia ou noite mais gélida, esta parte aquática que nos convida a uma tournée pelo ar livre está quentinha, o que nos permite vaguear pelo frio "breu", de ponta do nariz gelado e o resto do corpo confortavelmente aconchegado pela temperatura amena. Por toda a piscina estão espalhados pontos hidrodinâmicos, que funcionam alternadamente, como chuveiros cascata, ou fontes bolhas "hidráulicas" no chão.

Na parte interna, esta piscina "mãe" é servida por um circuito de pequenas cascatas (não naturais), em vários desníveis, que jorram água e pequenas piscinas que lhes servem de leito até à piscina master. Por trás da cortina de água, na zona cavernosa destas cascatas, esconde-se o Circuito Celta. Este Circuito confere aos seus visitantes, para além da sensação, que visa aproximar-se da real, de estarem dentro de uma gruta húmida e escura, várias instalações, como Jacuzzi, na zona superior das cascatas, Banho Turco convencional, Hamman (para leigos como eu, é muito parecido com o banho Turco, mas mais virado para o espiritual, pela decoração e dinâmica), Sauna e Sauna com cromoterapia (que é o mesmo que dizer: mesmo, mesmo quente!), Fonte de Gelo, e Duche de Contraste (pequeno circuito de repuxos de água vindos de várias direções, que tem inicio morno e término... não tão morno…).

Devo adir que a área de Spa, conta ainda com ginásio, salas de massagens e um moderno centro de fisioterapia que recorre às condições únicas de tratamento em meio aquático "Aquafisio".

oferece ainda várias zonas para descanso, com espreguiçadeiras, tanto no interior como exterior, em redor dos vários circuitos de água.

Esta área tem bar de serviço, onde se podem petiscar refeições leves e dietéticas com preços dentro da média.

Os quartos do hotel são amplos, confortáveis e limpos. Oferecem todas as condições para uma boa noite de sono e banho relaxante, com os já tradicionais e convencionais mimos de casa de banho (gel duche, champô, touca...). As áreas comuns são também confortáveis e espaçosas.

em redor H2O

O Restaurante do hotel, onde se serve o pequeno almoço continental de bastante variedade e qualidade, é o espaço para serviço de almoço e jantar sob reserva. Pratos de chef que vão de encontro ao que a região propõe, mas com toque de cozinha profissional. Preços do serviço à carta bastante aceitáveis (aceitáveis não significa que sejam baratos) tendo em conta que se trata de um restaurante dentro de um hotel, mas também apresenta a possibilidade de refeição na modalidade buffet.

Os preços da estadia neste hotel não são novidade para ninguém: será possivelmente dos hotéis mais caros de Portugal e tendo em conta que não se encontra em nenhuma zona turística por excelência, como o Algarve ou Lisboa. A disponibilidade de reserva também não é fácil, pois costuma estar sempre completo.

Posto o factual, leva-me a minha consciência a acrescentar que o staff era, na sua grande maioria, muito prestável e simpático. O facto de o bar ter animação e estar em proximidade com a sala infantil é facilitador para se poder descomprimir um pouco, para os casais com crianças. Repetiria, com certeza!



Crédito das fotografias: Sara Fraga

terça-feira, 14 de julho de 2020

2020, tempo de passear com juízo.

É bem certo que estamos em época de confinamento, e se já não totalmente obrigatório pelas autoridades competentes, pelo menos imposto pela competência do nosso bom senso.
Sim, podemos sair, já não temos que estar presos em casa, até porque a economia viu-se obrigada a "refrescar" mas não pode congelar. Mas podemos sair com a consciência de que este não é um ano vulgar, estes não são tempos de festa rija, abraços beijos e muita "mistura"... Este não é, entenda-se de uma vez, mais um verão como tantos outros que vivemos, e como bons portugueses que somos, gostamos de Viver à grande. Este será aquele tempo (e chamar-lhe-ia histórico) em que tudo será posto à prova em nós e, idealmente, por nós.
Os Hotéis, de forma geral, estão a empenhar-se e a apelar para que lhes seja reconhecida a capacidade de receber de forma segura nesta época, através do selo Safe & Clean. E considero esta uma boa aposta, aliada sempre à manutenção pessoal das regras de distanciamento, para quem quer ir dar um giro sem ter que ficar a pensar que vai pôr em causa a saúde do país inteiro...
As praias, dizem, ser um porto seguro. E tem lógica que assim seja: sol, arejamento e muito espaço, ou seja, tudo o que este vírus detesta. Mas é importante que se mantenham assim espaçosas e isso só depende da consciência de cada um, pois há praias maiores e outras menores, e há que ter isso em conta e zelar sempre pela manutenção do espaço mínimo aconselhado. Este ano não haverá (não deverá haver) “sardinhas enlatadas” nas praias do mundo!
As esplanadas apetecem, são, em conformidade, uma boa alternativa para quem quer ir tomar o sagrado cafezinho. Mas também têm regras e devem ser cumpridas.
Os restaurantes, apregoa-se, são locais que podem ser frequentados, assim cumpram as regras de higiene e espaçamento, de forma a poderem servir transmitindo segurança. Agora, mais que nunca, impera a necessidade de reservar, para se poder garantir que podemos ingressar. Seguindo um plano de reservas será certamente muito mais fácil para os restaurantes poderem cumprir e para os clientes poderem usufruir.
Em suma, estamos permitidos a fazer tudo aquilo que gostamos e que a época convida, mas sempre cientes que há regras e que devemos fazer delas hábitos rotineiros para bem de todos. Podemos sentir, por vezes, que estamos a ser tolhidos nos nossos movimentos… eu gosto de pensar que estamos apenas a aprender a ser mais disciplinados e isso é uma coisa boa!

fotografias: créditos Sara Fraga

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Alma e landscape em fusão!

 
Ali, onde o mar salgado se deixa beijar pela água doce, e em movimentos de vice-versa se vão gentilmente tocando... Onde para oeste os olhos se perdem na imensidão de azul translucido... Onde o Homem pode, por fim, respirar e sem precisar de fechar os olhos, completar-se com a natureza e sentir-se numa outra dimensão.
O meu primeiro post tinha mesmo de ser sobre Odeceixe!!! Odeceixe é uma pequena aldeia meio perdida exatamente na linha que separa território alentejano e algarvio. Por norma, estas divisões são feitas com recurso a marcos geográficos naturais, e aqui não foi diferente. O rio ou ribeira Seixe assume o seu papel na perfeição, rompendo o vale e correndo abraçar o seu destino final. De um lado Alentejo, concelho de Odemira, do outro Algarve, concelho de Aljezur.
Esta localidade, dotada dos mínimos essenciais (mini-mercados, alojamentos, vários restaurantes, mercado e parque de campismo) é pequena, pacata e peculiar. A sua praia é poderosa! Descrevê-la não é, para mim, tarefa fácil, apesar de a conhecer já tão bem. Creio que há situações, lugares e pessoas que só a alma tem linguagem capaz para ser justa... e eu ainda não aprendi a traduzi-la. Mas, factualmente, é uma praia com uma generosa porção de areia, que banha duas praias: uma com mar e outra fluvial. Este areal branco e fino é circundado pelo rio, como uma cobra que rodeia a sua presa, e que depois de desvanece subtilmente no mar. Quando o mar vaza, a costa pode ser percorrida a pé, passando para lá das rochas que entram pelo mar, no lado sul. Essas rochas escondem tesouros! A praia que fica reservada atrás é uma praia para naturistas, e é dos pedaços de praia mais bonitos que existe: grutas, piscinas naturais que o mar escava na areia, silêncio e paz. Do lado norte, atravessando o pequeno curso do rio, a aventura estende-se pelo meio de rochas um pouco escarpadas, mas que puxam pela curiosidade.
No cimo da colina, esta praia conta com um pequeno aglomerado de casas, sendo a sua grande maioria para turismo rural. Há também restaurantes e cafés, bem como uma pequena loja de souvenirs. Casa de banho pública, escola de surf e zona de guarda-sóis e espreguiçadeiras para alugar, são valências que se poderá lá encontrar.
É importante acrescentar que as pernas tremem na descida para a praia e doem na subida de volta. A ravina é razoavelmente acentuada e ir muito carregada de tralha não é muito aconselhado. Mas faz-se bem, porque o acesso é totalmente pavimentado quer na entrada mais junto ao mar, quer na anterior, mais perto do rio.
É uma praia vigiada, foi classificada em 2019 como uma das 7 Maravilhas de Portugal e a sua altivez e beleza é grito da imprensa nacional, internacional e turistas.
Por mim? Quem me dera que fosse secreta...

fotografias: créditos Sara Fraga